Bullying sem demagogia e mimi
Este será o meu testemunho de como eu resolvi, de uma vez por todas, a questão de perseguição e zoação nos meus tempos escolares. E afirmo que a demagogia aqui não tem espaço, caso você, meu jovem, esteja passando pela mesma situação ou por algo parecido, neste texto você encontrará o que resolveu o meu problema definitivamente, e talvez você, educador, ou seja lá o que for, não fique espantado com o que verá neste relato. Mas cada caso é um caso. Esse é o meu! E talvez a minha solução não funcione para você!
Todos sabemos que os tempos escolares nem sempre são fáceis para algumas pessoas, caso tenha um nome diferenciado, caso não se encaixe em um grupo, se for magro demais, baixo, gordo, orelhudo, cabeçudo e até inteligente demais. Em alguns casos se for bonito, ou esteja em uma escola em que sua classe social seja diferente, também será vítima de perseguição de um valentão ou de um grupo geral.
Nome é algo que você não escolhe, escolhem por você e, de certa forma, ele molda o seu caráter, como você se enxerga, como é lembrado. Só que alguns pais não estão nem aí e fazem questão de escolher um nome muito escroto ou comum demais. Tomemos como exemplo Jacinto Pinto. Vamos lá! Ter o sobrenome Pinto não é vergonhoso não e, de certa forma, soa bonito, mas combinar com Jacinto (Ah, meu! Eu processava o desgraçado que fez isso!).
Pais que colocam o nome da filha de Xana. Em qualquer pesquisa no google sobre nomes estranhos, você verá essas barbaridades.
No meu caso, Adolfo é um nome incomum, mas prático, no entanto tem um peso histórico muito pesado, pois sempre haverá comparações com Hitler. Nos meus 30 anos de vida, fui comparado milhares de vezes! algumas pessoas confundem com Rodolfo. E isso me irritava um pouco, mas dos males o menor. E sempre havia espaço para uma zoada básica comigo. Bom, se você tem um nome zoado, só tem dois caminhos: 1) Leva na esportiva; 2) quando completar maioridade mude de nome.
O não se encaixar em um grupo é uma questão de identificação de que me lembro muito bem quando cheguei na escola Arlindo Fávaro no ano de 2004. Todo recreio só tocava a desgraça do rap! Sempre a mesma coisa dos Racionais! Todos os grupinhos com bonés aba reta e as calças largas, com aquelas falas forçadas, pois o lemense não fala daquele jeito! Eu gostava de rock, pois, na primeira década do século XXI, o Rock já estava morto. Assim, nesse caso, eu era minoria. Não que tenha tido problemas no tocante a isso. E, graças a Deus, os ditos manos nunca me encheram o saco! E, claro, minha identificação na vestimenta como roqueiro só viria aos 16.
Outro detalhe da minha geração: a idolatria pelo futebol. Nossa! Todo mundo queria ser jogador de futebol! Então duas coisas que poderiam me ligar a essa massa cultural, eu estava fora! E, a partir daí, havia os poucos amigos que me acompanhariam em minha trajetória.
Essas coisas tornam você um alvo fácil. Preciso enfatizar isso, porque a lógica é simples: sempre algum espertalhão vai tripudiar com você!
Aspectos físicos, como altura, cor, peso, e classe social, expressões, como o oreiudo, cabeção (o meu primo), magrelo, gordão e, no meu caso, cara quadrada - afinal, de fato, tenho um rosto bem quadrado! - Ôooooooooo, alvo fácil da pega!
E todo mundo já zoou alguém nesse tom ou já foi zoado. Me lembro de uma moça que na sétima série se sentava na carteira à frente, cara, vou te contar, ela sofria na mão de uns tranqueiras. A aporrinhação era demais. O motivo até que era bem simples: ela era negra!!
Um outro amigo, mesma coisa, só que para acentuar em seu caso, ele tinha bisseriasse (um problema de pele). E aí já viu né! Me deterei nesses dois casos em outro texto.
No tocante à classe social, eu tenho duas sobrinhas e meu cunhado inventou de tirá-las da escola particular e colocá-las em uma escola pública. Pra quê, mermão? As meninas sofriam, porque vinham de carrão, celular caro e casa grande! A inveja corria solta em cima delas no tocante à perseguição de outras meninas. Assim acabaram voltando para a escola particular, mas e quando você não tem escolha, a vida pode ser dura e num caminho sem volta.
Ah, não posso me esquecer de mencionar os valentões e não tem como evitar aqueles que não brincam com você numa zoeira esporádica. Mas é constante todo dia! Toda hora! Toda conversa em todo momento! Alguns não só te irritam, mas a classe toda também! Todo mundo tem, pelo menos, um para se lembrar, já eu, me lembro de pelo menos de uns quatro. Sorte deles que não existe uma máquina do tempo! Seria divertido voltar no tempo e soquear a boca deles com um soco inglês!
E como se esquivar de um valentão? Aqui entramos em um tema interessante! Preciso colocar alguns pontos. Em geral o valentão se utiliza do grupo para se proteger. E, naturalmente, procura os mais fracos, seja para impor seu espaço, seja para se mostrar para os amigos. Claramente mostrar valentia é o básico que todo valentão tem que fazer. Então logo ele irá caçar os tímidos ou solitários.
Observação importante, não adianta fugir deles! Eles nunca vão parar! E cada vez irá piorar, porque tripudiar alguém mais fraco é legal demais!
Como resolver a questão do valentão? O primeiro passo é contar para alguém responsável. Se ocorrer na escola, comente com algum professor, diretoria. O interessante é contar para os pais. Isso pode resolver, mas digo que, no meu caso, não foi isso que resolveu (leiam o primeiro artigo deste blog).
Certa feita - não sei que série era, se sétima ou oitava - tínhamos uma professora brava, ou que eu achava que era brava, de inglês. Meu, a muié chegava e todo mundo ficava quieto! O espertão aqui, já cansado de ser aporrinhado, comentou a situação em que estava passando, e o ela o que ela fez? Porra nenhuma!
Sempre fui um cara de boa e a violência não faz parte de minha índole. E sempre tendo a deixar as coisas pra lá. Mas isso é prato cheio pra quem gosta de aporrinhar. Lembro de quando morava em Pirassununga. Tinha um cidadão que, do nada, lascou a me encher o saco. E mesmo sendo de outra turma, no Renê Albers, a gente fazia educação física juntos. E certo dia, eu estava na quadra, ia fazer alguma coisa e corri devagar quando o espírito de porco bate de frente comigo, usando seu ombro. Questiono o porquê disso. Ele retruca: - Que que isso o quê? Que que isso o quê? E me dá um soco no olho!
Para toda ação uma reação surge, fechei as mãos e ele levou três pancadas! Duas no peito e uma nas costas! O suficiente para ele sair chorando pelo meio da quadra. Resultado disso: nunca mais me encheu o saco! E duas semanas depois queria ser até meu amigo! Eu sempre irredutível nem dei trela.
Outra cena aconteceu já no Arlindo Fávaro. Um cidadão que conseguia fazer a todos o odiarem. Primeiro pelo tom de voz irritante ele. Segundo que não se calava de maneira alguma
Numa sexta-feira à tarde, nas duas aulas finais de matemática, não me lembro o motivo, mas o joguei no chão, o ameaçando de quebrar um de seus braços. Cara, até uma menina ficou impressionada de me ver bravo daquele jeito! Depois disso, ele nunca mais direcionou uma palavra à minha pessoa. Nesse período, eu tinha uns 14 ou 15 anos.
Mas sabe o que é mais louco nisso tudo? Com meus 16 anos, adquiro um par de coturnos. Fora o uniforme da escola com um desenho bem tosco. Uns amigos, que não eram da escola, se juntaram e nunca mais ninguém me encheu o saco. Não sei porquê.
E para finalizar: lembram da professora de inglês? Então, hoje eu entendo a cara de espanto dela. O problema não era o cara me aporrinhando. O seu espanto era de eu não ter fechado a mão na fuça do cidadão! E fim de papo!
Este texto não é sobre o que deve ser feito ou não, mas um relato pessoal sobre o assunto e o que funcionou para mim, sem demagogia e sem Mimimi.
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